Você já se perguntou se pode existir outro Garry Winogrand na fotografia de rua? A resposta, infelizmente, é não. Por mais que um jovem fotógrafo de rua cheio de energia e paixão — mesmo armado com sua câmera Chinon — tente replicar o impacto de Winogrand, nunca haverá uma nova “estrela do rock” como ele.
Mas por quê? Vamos entender juntos.
O QUE VOCÊ VAI APRENDER NESTE ARTIGO:
- Garry Winogrand: Entre a Observação e o Caos Fotográfico
- Uma abordagem crua e prolífica
- Críticas e resistências
- A produção inacabada
- Forma versus conteúdo
- O legado controverso
- Um produto único do seu tempo e lugar
- O excesso de fotografia hoje impede reverências duradouras
- Originalidade e inovação são o verdadeiro legado
- O que isso significa para você?
- Perguntas Frequentes sobre Garry Winogrand
- Conclusão
Garry Winogrand: Entre a Observação e o Caos Fotográfico
Considerado um dos nomes mais influentes da fotografia de rua no século XX, Garry Winogrand (1928–1984) permanece uma figura polêmica. Seu legado atravessa o tempo tanto pelo volume monumental de imagens quanto pela discussão que provoca entre críticos, curadores e espectadores: seria ele um gênio espontâneo ou um mero acumulador de imagens banais?
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Uma abordagem crua e prolífica
Winogrand fotografou com voracidade. Utilizando principalmente uma Leica M4 com lente 28mm e filme Tri-X empurrado para 1200 ASA, ele se jogava no caos das ruas americanas em busca de “ver como o mundo se parece em uma fotografia”. Essa frase, repetida por ele ao longo da carreira, resume sua abordagem intuitiva e desprovida de intenção narrativa clara.
Seus retratos captam um América fragmentada: da euforia do pós-guerra à angústia do isolamento suburbano. Mulheres, homens, crianças, chimpanzés vestidos, protestos, convenções políticas e cenas absurdas povoam seus enquadramentos, quase sempre tomados por planos inclinados e composições cheias de tensão.
Críticas e resistências
Apesar de elogiado por curadores como John Szarkowski, que o chamou de “o principal fotógrafo de sua geração”, Winogrand é também alvo de duras críticas. Para alguns, seu trabalho é repetitivo, com composições básicas, uso genérico de tensão visual e pouco aprofundamento no conteúdo das cenas.
Seu livro “Women Are Beautiful” (1975), por exemplo, gerou debates sobre objetificação feminina. Outros veem em suas imagens uma descrição cínica da realidade: uma lista infinita de eventos sem conexão emocional.
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Coney Island, Nova York
c. 1952
Fotografia em gelatina de prata
Coleção do Museum of Modern Art, Nova York — aquisição e doação de Barbara Schwartz em memória de Eugene M. Schwartz
A produção inacabada
Winogrand deixou cerca de 250 mil imagens não reveladas ou não editadas. Isso levou muitos a questionar: é ético montar exposições póstumas sem saber o que o artista aprovaria?
A retrospectiva organizada pelo SFMOMA e pela National Gallery of Art em 2013 trouxe mais de 300 fotografias, revelando a vastidão da obra e as contradições do artista. Três eixos norteiam a exposição: “Down from the Bronx” (trabalhos em Nova York), “A Student of America” (viagens pelos EUA) e “Boom and Bust” (fase final, com registros no Texas e Califórnia).
Forma versus conteúdo
O dilema entre forma e conteúdo é central na obra de Winogrand. Ao se recusar a interpretar o mundo, ele dava ênfase ao enquadramento, à luz, à composição. Mas ao evitar o significado, deixava a tarefa ao espectador. Como dizia Susan Sontag, cuja influência ele reconhecia: “Contra a interpretação”.
Sua fotografia não é poética como a de Robert Frank. Winogrand entrega aforismos visuais, às vezes engraçados, muitas vezes caóticos, quase sempre ambíguos.
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O legado controverso
Ainda que seu trabalho seja alvo de divisões, é inegável que Winogrand moldou o olhar documental moderno. Sua produção alucinada e sua recusa em organizar o caos revelam uma América entre o sonho e o colapso.
Para uns, ele foi um cronista brilhante. Para outros, um jester que correu o mundo colecionando impressões visuais sem digerir nenhuma.
Mas talvez seu maior feito seja justamente esse: mostrar que a fotografia também pode ser desordem, dúvida e liberdade.

Um produto único do seu tempo e lugar
Winogrand foi uma criação da sua própria época — os anos 1960 — um período marcado por transformações sociais, culturais e políticas intensas. Seu olhar único e seu jeito idiossincrático de capturar o mundo nasceram desse contexto. É impossível reproduzir esse “espírito da época” e a autenticidade de seu trabalho, porque ninguém é Garry Winogrand.
Imagine tentar replicar o sabor de um prato que só existe por causa dos ingredientes e da cultura local: não é o mesmo se você tentar fazê-lo em outro lugar ou com ingredientes diferentes.
Em outras palavras, pode até haver quem copie o estilo de Winogrand — e o faça bem —, mas a falta da originalidade que nasce da experiência genuína impedirá que essa cópia ganhe uma relevância duradoura.
Edward Weston resumiu bem essa ideia: “Quando o assunto é forçado a se encaixar em padrões preconcebidos, não pode haver frescor de visão.” A fotografia de rua hoje sofre muito desse problema, com clichês que afastam o público.
O excesso de fotografia hoje impede reverências duradouras
Outro motivo forte para não haver outro Winogrand é o volume imenso de imagens produzidas hoje. Vivemos numa era em que a fotografia se tornou uma forma quase universal de entretenimento — como bem apontou Susan Sontag. A facilidade de acesso às câmeras e a explosão das redes sociais transformaram todo mundo em fotógrafo.
Essa democratização é ótima, mas tem um preço: tornou impossível que alguém seja reverenciado e idolatrado da mesma forma que Winogrand foi. Afinal, quando todo mundo pode fotografar, o que torna um fotógrafo verdadeiramente único?
Por isso, mesmo os fotógrafos mais talentosos e populares hoje dificilmente receberão o mesmo nível de adoração que Winogrand alcançou. Além disso, vivemos numa cultura onde a maioria das pessoas acha que pode fazer fotos tão boas quanto qualquer um — até tentar, como lembrou Peter Henry Emerson.

Albuquerque
1957
Impressão em gelatina de prata
Coleção do SFMOMA, doação do Dr. Paul Getz
Originalidade e inovação são o verdadeiro legado
Para deixar uma marca na história, não basta imitar os grandes mestres. É preciso contribuir com algo novo para a linguagem da fotografia de rua — iniciar conversas inéditas, ter um olhar inovador.
Muitos fotógrafos hoje se limitam a copiar estilos consagrados, o que pode até gerar curtidas e seguidores, mas dificilmente criará um legado duradouro. No fim, esses trabalhos se perdem no mar infinito de imagens digitais.
Winogrand, por outro lado, criou milhões de imagens analógicas numa época em que a fotografia espontânea era revolucionária. Sua persistência e originalidade tornaram sua obra única e imortal.
O que isso significa para você?
Não se desanime por não poder ser o “novo Garry Winogrand”. Essa é uma boa notícia! Porque isso significa que você não precisa copiar ninguém para ser relevante. Seu caminho é criar sua própria voz, com o olhar que só você tem.
Fotografia de rua é sobre contar histórias autênticas do seu tempo, do seu olhar, do seu jeito. E essa autenticidade é o que constrói legado — não a imitação.

Zoológico do Central Park, Nova York
1967
Impressão em gelatina de prata
Perguntas Frequentes sobre Garry Winogrand
1. Quem foi Garry Winogrand?
Garry Winogrand (1928-1984) foi um fotógrafo americano conhecido principalmente por seu trabalho em fotografia de rua, retratando cenas da vida cotidiana nos Estados Unidos, especialmente em Nova York, durante as décadas de 1950 a 1980.
2. Qual é o estilo fotográfico de Garry Winogrand?
Winogrand utilizava um estilo espontâneo e enérgico, com fotos feitas geralmente com lentes de 28mm, aproximando-se bastante dos sujeitos para capturar momentos reais e imprevisíveis do cotidiano urbano.
3. Por que Garry Winogrand é considerado um dos maiores fotógrafos de rua?
Ele é reconhecido pela vasta produção de imagens que documentam a vida social e cultural americana do pós-guerra, oferecendo uma visão crua, às vezes caótica, mas sempre intrigante da sociedade.
4. Quais foram as principais contribuições de Winogrand para a fotografia?
Winogrand foi pioneiro na experimentação com a composição inclinada, a captura do movimento e no uso do grande volume de imagens para criar um arquivo amplo e multifacetado da vida urbana.
5. Por que grande parte do trabalho de Winogrand só foi revelado após sua morte?
Ele deixou milhares de rolos de filme expostos e não processados, bem como negativos não impressos. Essa imensa quantidade de material foi organizada e estudada postumamente, permitindo uma nova avaliação de sua obra.
6. Como o público pode conhecer as fotografias de Garry Winogrand?
Seus trabalhos são exibidos em museus renomados como o SFMOMA, MoMA e o Museu de Arte Moderna de Nova York. Além disso, há livros e retrospectivas dedicadas à sua obra.
7. Qual foi a visão de Winogrand sobre o conteúdo de suas fotos?
Ele afirmava que não tinha uma mensagem específica nas fotos, e que seu interesse era simplesmente mostrar como o mundo parecia em fotografia, focando mais na forma do que no conteúdo narrativo.
8. Que equipamentos Winogrand usava?
Ele usava principalmente câmeras Leica M4 com lentes de 28mm, fotografando em filme Tri-X, geralmente com ISO alto, para capturar rapidamente cenas em movimento.
Conclusão
Garry Winogrand permanece como uma figura central na história da fotografia de rua, capturando momentos únicos da vida americana com sua técnica vigorosa e olhar incisivo. Suas imagens, muitas vezes carregadas de espontaneidade e complexidade social, continuam a influenciar gerações de fotógrafos e a provocar debates sobre a relação entre forma e conteúdo na fotografia. Mesmo décadas após sua morte, seu legado revela a força de uma obra que desafia interpretações fáceis e convida o observador a enxergar o mundo sob múltiplas perspectivas.
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