Nova imagem de M82 mostra detalhes cósmicos jamais vistos graças à tecnologia infravermelha do Webb
Uma imagem estonteante da galáxia Messier 82 (M82), também conhecida como Galáxia do Charuto, foi divulgada nesta semana, revelando detalhes invisíveis até mesmo para o lendário Telescópio Espacial Hubble. Capturada pelos instrumentos NIRCam e MIRI do Telescópio Espacial James Webb (JWST), a cena mostra um núcleo branco brilhante cercado por nuvens de gás em tons de vermelho, laranja e amarelo — um nível de riqueza visual que redefine a astrofotografia.
Enquanto o Hubble já havia fotografado M82 com grande precisão em luz visível, o Webb “abre as cortinas” do Universo, usando luz infravermelha para atravessar poeira cósmica e expor o centro ativo de formação estelar da galáxia, localizada a aproximadamente 12 milhões de anos-luz da Terra.
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O poder das câmeras infravermelhas na astrofotografia
A imagem composta divulgada pela NASA e pela ESA combina registros dos sensores de infravermelho MIRI e NIRCam, dois dos principais instrumentos do JWST. Eles revelaram plumas de material ricas em hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), moléculas que os astrônomos usam como rastreadores da formação de estrelas.
Segundo a Agência Espacial Europeia, essas plumas medem apenas 160 anos-luz de largura, e as estruturas internas têm entre 16 e 49 anos-luz de diâmetro — escalas astronômicas que antes não podiam ser mapeadas com essa clareza.
Além da composição química, as imagens mostram superaglomerados estelares massivos — com centenas de milhares de estrelas cada — muitos ainda em processo de formação. Essa atividade frenética pode ter sido desencadeada por uma interação gravitacional com a vizinha galáxia M81, que teria injetado gás interestelar suficiente para disparar a intensa atividade formadora de estrelas em M82.
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Um novo marco para a fotografia astronômica
A imagem de M82 capturada pelo Webb reforça como a tecnologia infravermelha amplia as fronteiras da fotografia de espaço profundo. Enquanto o Hubble ainda desempenha papel vital ao capturar detalhes em luz visível, é o Webb quem oferece a visão mais penetrante dos “berçários estelares” escondidos dentro das galáxias.
O contraste entre as imagens obtidas pelos dois telescópios reforça a importância da diversidade tecnológica na exploração do cosmos — e inspira fotógrafos a compreender os princípios de faixas espectrais invisíveis como forma de expandir seus próprios olhares sobre o mundo.

A astrofotografia vive um momento de ouro, impulsionada por missões como a do James Webb. Mais do que imagens belas, os registros representam avanços científicos e abrem janelas para mistérios cósmicos — como o nascimento das estrelas.
Para fotógrafos aqui na Terra, é um lembrete de que cada lente, cada sensor e cada tipo de luz pode revelar universos distintos. A técnica importa, mas a visão além do visível transforma tudo.