Na fotografia de rua, a câmera é mais do que uma ferramenta. Ela se torna uma extensão do olhar do fotógrafo, moldando não só o estilo, mas também a assinatura visual de cada imagem. Alguns fotógrafos são tão ligados a suas câmeras que seria impossível falar de sua obra sem mencioná-las.
Neste artigo, vamos revisitar algumas das câmeras mais lendárias da fotografia de rua e os nomes icônicos que as eternizaram.
O QUE VOCÊ VAI APRENDER NESTE ARTIGO:
- Ricoh GR — A Escolha de Daido Moriyama
- Rollei 35 — A Câmera Minimalista de Stephen Shore
- Olympus MJU II — Compacta, Rápida e à Prova d’Água
- Leica M — A Rainha das Telêmetro, Preferida por Meyerowitz
- Nikon D3 — A Escolha de Jay Maisel
- Rolleiflex — A Dupla Olhar de Vivian Maier
- Contax T3 — A Pequena Gigante de Anders Petersen
- Pentax 17 — Uma Nova Promessa para as Ruas
- Conclusão: A Câmera É Você
Ricoh GR — A Escolha de Daido Moriyama
A série Ricoh GR nasceu em 1996 como uma câmera de filme 35mm compacta, com lente 28mm rápida e autofoco ágil. Seu design discreto e confiável a tornou adorada por fotógrafos de rua ao redor do mundo.
Mas ninguém encarnou essa câmera como Daido Moriyama, mestre japonês da fotografia urbana crua, direta e cheia de granulação. Sua assinatura visual está intrinsecamente ligada à Ricoh GR. A câmera é tão icônica que suas versões digitais continuam em alta até hoje, mesmo com dificuldade de estoque.
Curiosidade: A Ricoh manteve praticamente o mesmo design e interface desde sua criação. Um caso raro de lealdade ao usuário.

Rollei 35 — A Câmera Minimalista de Stephen Shore
A Rollei 35, lançada em 1966, era a menor câmera 35mm de sua época. Compacta, com lente Zeiss 40mm extremamente nítida e foco por zona, se tornou a aliada perfeita de fotógrafos que precisavam agir rápido nas ruas.
Foi com essa câmera que Stephen Shore registrou seu projeto American Surfaces. Ele buscava uma câmera que não intimidasse os fotografados. E a Rollei cumpria bem esse papel, inclusive com um flash inusitado posicionado na parte inferior do corpo.
A nova Rollei 35 será relançada pela Mint Camera com foco automático e flash embutido. Promete ser a câmera 35mm mais impactante do século.
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Olympus MJU II — Compacta, Rápida e à Prova d’Água
Lançada em 1997, a Olympus MJU II conquistou o status de cult classic. Com lente 35mm f/2.8, design à prova d’água e foco automático veloz, tornou-se uma das preferidas nas ruas.
Quem usava? Ninguém menos que Robert Frank, lenda da fotografia documental, que também adorava experimentar com câmeras simples. Sua abertura para o acaso e sua sensibilidade se casavam bem com a leveza da MJU II.
Inspiração: Frank também usou desde câmeras Leica até uma Instax ou até descartáveis baratas. O mais importante para ele? Continuar criando.

Leica M — A Rainha das Telêmetro, Preferida por Meyerowitz
Se existe um nome que domina o imaginário da fotografia de rua, esse nome é Leica M. Usada por inúmeros mestres, destaca-se por seu visor telêmetro à esquerda, que permite ao fotógrafo compor com um olho e observar o mundo com o outro.
Joel Meyerowitz, uma das referências da fotografia de rua colorida, explica que essa visão binocular foi essencial para capturar o “momento fotográfico e seu contexto”.
Outra vantagem? Lentes Leica. Nítidas, consistentes e construídas para durar gerações.

Nikon D3 — A Escolha de Jay Maisel
Nem todo fotógrafo de rua opta por câmeras pequenas. Jay Maisel, por exemplo, é conhecido por usar a robusta Nikon D3 com lentes teleobjetivas (150-300mm). Isso quebra o mito de que a fotografia de rua exige lentes grandes angulares e corpos compactos.
Seu estilo, baseado em cor, luz e gesto, se beneficia da potência e da velocidade da D3. Uma escolha fora do padrão, mas perfeitamente coerente com sua visão.

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Rolleiflex — A Dupla Olhar de Vivian Maier
A Rolleiflex é uma câmera de médio formato clássica, de visual retrô e visor superior. Foi com ela que Vivian Maier criou sua poética visual única. O tempo de operação mais lento da câmera favorecia uma relação mais silenciosa e contemplativa com os fotografados.
Essa distância emocional — mas não indiferente — definia sua estética: retratos espontâneos, mas carregados de intimidade.

Contax T3 — A Pequena Gigante de Anders Petersen
A discreta Contax T3, apesar de seu tamanho, possui uma lente Zeiss incrivelmente nítida. Anders Petersen, fotógrafo sueco de imagens intensas e cruas, a escolheu por sua simplicidade e qualidade ótica. Ele chegou a ampliar imagens com mais de dois metros sem perda de nitidez.
Contudo, a T3 sofre com a idade: peças raras, manutenção cara e preços que ultrapassam US$2.000 no mercado de usados.
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Pentax 17 — Uma Nova Promessa para as Ruas
A recém-lançada Pentax 17 é a primeira câmera compacta de filme 35mm lançada em décadas. Com foco por zona, construção leve e promissora nitidez, ela promete ser uma ótima porta de entrada para quem deseja fotografar com filme nas ruas — sem o drama das câmeras antigas.
Ainda sem um fotógrafo associado, mas com um enorme potencial para se tornar a favorita da próxima geração.

Conclusão: A Câmera É Você
A câmera é importante — claro. Mas no fim, é o seu olhar que conta. Henri Cartier-Bresson disse que a câmera é um caderno de esboços. Robert Frank usava qualquer coisa que tivesse à mão. Vivian Maier se escondia por trás da lente para observar o mundo. Não importa o modelo: importa o que você faz com ele.
Dica final: Invista mais em tempo nas ruas e menos tempo comparando equipamentos.
É sua dedicação — e não a câmera — que constrói seu legado fotográfico.