Adobe lança Project Indigo para iPhone

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Uma nova forma de fotografar com naturalidade, controle e precisão

Você já sentiu que, por mais que a tecnologia avance, ainda falta algo nas fotos feitas com o celular? Talvez um pouco mais de textura real, menos exagero nas cores, mais controle, mais intenção. É exatamente aí que entra o Project Indigo — um aplicativo experimental da Adobe que resgata o poder criativo das mãos do fotógrafo, ao mesmo tempo em que aproveita o melhor da fotografia computacional.

Neste artigo, a gente mergulha fundo nesse projeto fascinante, feito por uma equipe de cientistas e fotógrafos que amam a imagem tanto quanto nós. O Indigo ainda está em fase de testes, mas já entrega resultados impressionantes — e promete mudar a forma como pensamos, clicamos e editamos com o celular.

O QUE VOCÊ VAI APRENDER NESTE ARTIGO:

Adobe lança Project Indigo para iPhone
À esquerda, você vê a interface do Indigo rodando em um iPhone 16 Pro Max. Já à direita, uma foto com alta faixa dinâmica (HDR) feita pelo Indigo e depois ajustada no Adobe Lightroom.

O que é o Project Indigo?

O Project Indigo é um aplicativo de câmera gratuito desenvolvido pela equipe da Adobe Labs, projetado para transformar a fotografia com iPhone. A proposta é ousada: entregar imagens com aspecto natural, qualidade comparável à de câmeras DSLR, controle total e uso inteligente da fotografia computacional.

Esse não é apenas mais um app de filtros. O Indigo redefine a forma como capturamos imagens com o celular, explorando recursos técnicos que antes só estavam acessíveis a equipamentos profissionais.

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A promessa do Indigo

O Indigo nasce do incômodo de que, mesmo com toda a evolução dos smartphones, ainda há limitações. As imagens ficam boas… até certo ponto. Mas quem fotografa com olhar mais apurado logo percebe o excesso de brilho, a saturação artificial, o contraste forçado. Falta naturalidade. Falta verdade.

Esse novo aplicativo da Adobe entrega justamente o contrário: uma aparência natural, semelhante à de uma DSLR, controles manuais completos, arquivos RAW com qualidade profissional e uma filosofia de imagem muito mais conectada à realidade do que ao marketing. O melhor? Tudo isso integrado ao ecossistema do Lightroom.

Adobe lança Project Indigo para iPhone
Na imagem da esquerda, temos uma cena com alcance dinâmico extremo, construída a partir de seis fotos feitas com o Indigo, todas capturadas com o celular fixo em um tripé no modo Longa Exposição. Usamos os controles manuais para variar o tempo de exposição entre 1 segundo e 1/1000, cobrindo desde as sombras mais profundas até os realces mais intensos. A fusão final foi feita no Photoshop, e o resultado mostra como a câmera computacional do Indigo consegue lidar com desafios que antes eram exclusivos de equipamentos maiores. Já a imagem da direita revela outro tipo de poder: uma flor minúscula, mas com foco praticamente do começo ao fim. Foram 41 fotos tiradas com o Indigo, também em tripé e usando uma lente de close-up acoplada ao celular. O foco foi ajustado manualmente a cada disparo, indo do ponto mais próximo até quase o infinito. Depois, todas as imagens foram empilhadas com um software específico para foco stacking e finalizadas no Photoshop. O mais impressionante? A equipe do Indigo está desenvolvendo formas de tornar tudo isso automático, direto no app — com um simples toque. Se der certo, será uma virada de chave para quem sonha em capturar fotos com profundidade e alcance extremos, usando apenas o celular.

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O que torna o Indigo diferente?

O segredo está no que chamamos de fotografia computacional avançada. Em vez de capturar uma única imagem, o Indigo fotografa várias — até 32 quadros por clique — e combina tudo em uma só foto. Isso reduz drasticamente o ruído, evita estouros de luz e mantém mais detalhes, especialmente nas sombras.

Outro diferencial: o app subexpõe intencionalmente para preservar os realces e, com essa estratégia, consegue entregar imagens com mais profundidade e fidelidade de luz. O resultado? Fotos que soam reais aos olhos — e não “pós-produzidas demais”.

Além disso, o Indigo permite que você capture em JPEG ou RAW, com os mesmos benefícios computacionais em ambos. Algo raro até mesmo em câmeras grandes.

Adobe lança Project Indigo para iPhone
Essa é daquelas cenas que desafiam qualquer câmera: duas pessoas sentadas de frente para uma janela, com um penhasco iluminado pelo sol lá fora. Na captura fiel aos brilhos reais — como na imagem à esquerda — o penhasco aparece quase branco, enquanto os rostos mergulham na sombra, quase pretos. Para equilibrar essa disparidade, a equipe do Project Indigo aplicou um mapeamento de tons que reduz os realces e levanta as sombras além do que seria fisicamente correto. O resultado, que vemos na imagem à direita, mostra rostos e penhasco juntos, bem visíveis e equilibrados. Se você estiver lendo isso numa tela com suporte HDR, como um MacBook Pro recente, o penhasco vai parecer ainda mais brilhante do que o branco da página.

Um olhar mais humano sobre a imagem

Quem já clicou com smartphone sabe: o software nativo tende a exagerar. Clareia demais, satura tudo, alisa a pele, deixa o céu mais azul do que realmente estava. Isso pode agradar na telinha do celular, mas em uma tela maior… tudo isso soa falso.

Com o Indigo, a proposta é outra: preservar o real com suavidade e equilíbrio. O mapeamento de tons é mais sutil, a nitidez é natural, a saturação respeita as cores do mundo. A ideia é que você veja a foto e sinta que estava lá. E, se quiser editar depois, o arquivo tem a flexibilidade que você precisa.

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Essas fotos foram feitas com o aplicativo Indigo e renderizadas no próprio dispositivo, com uma aparência natural cuidadosamente construída por inteligência artificial — uma IA que prioriza fidelidade, e não exagero. As quatro primeiras imagens saíram direto da câmera, sem qualquer edição. As duas últimas passaram apenas por leves ajustes no Lightroom, sempre respeitando a estética original proposta pelo Indigo.
Todas estão em HDR. Para realmente sentir a diferença — ver os brilhos como brilhos e as sombras com profundidade — é importante abrir esse conteúdo em uma tela compatível, como um bom monitor externo ou um notebook recente. Aliás, se puder, veja essas imagens em tela cheia: cada detalhe foi preservado para ser apreciado com calma.
O visual entregue pelo Indigo foi pensado para soar real, não artificial. Não há aquele brilho forçado, nem o contraste exagerado que tantos apps aplicam automaticamente. É uma estética que busca algo mais próximo do que uma boa câmera SLR entregaria — e que, para nós, faz muito mais sentido quando se trata de preservar uma cena como ela realmente era.

Pipeline inteligente, arquivos poderosos

No coração do Indigo está um fluxo de trabalho inteligente. O app alinha e mescla quadros antes de gerar o arquivo final. Se você optar por salvar como DNG (um tipo de RAW da Adobe), terá um arquivo leve, com mais latitude de edição que um JPEG, e com todos os ganhos da fotografia computacional.

Esses DNGs são pré-processados antes do demosaicing, o que reduz o tamanho do arquivo sem perda de qualidade — e, diferente do ProRAW da Apple, funcionam também em iPhones que não são da linha Pro. Tudo isso torna o Indigo acessível e técnico ao mesmo tempo.

Ah, e o JPEG do Indigo é híbrido: contém versões SDR e HDR no mesmo arquivo. Dependendo da tela onde for exibido, ele mostra uma versão ou outra. E tudo isso é compatível com Lightroom e Camera Raw.

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Se o celular estiver firme num tripé, o botão de Longa Exposição do Indigo pode transformar suas fotos com aquele efeito clássico de “água em seda”. Normalmente, isso exigiria uma SLR, um tempo de exposição longo e até filtro ND pra não estourar tudo na luz do dia. Com o Indigo, tudo isso acontece direto no celular — e o toque final foi dado no Lightroom, além da nossa aparência padrão.
Na imagem inferior direita, a brincadeira foi outra: uma pintura com luz UV. Usamos o modo de Longa Exposição para capturar 32 quadros de 1 segundo enquanto iluminávamos flores com uma lanterna UV em movimento. A luz ultravioleta não aparece na foto, mas como tingimos as flores com um corante fluorescente bem potente, elas brilharam no escuro como mágica. Uma experiência bem científica — e visualmente hipnotizante.

Dois modos, duas intenções

O Indigo oferece dois modos principais: Foto e Noite. No modo Foto, ele usa o chamado “atraso zero do obturador” — ou seja, registra o momento que você viu, sem delay. Isso é fundamental para quem fotografa cenas rápidas.

Já no modo Noite, ele estende o tempo de exposição, capta mais quadros e entrega imagens nítidas mesmo em condições de luz extremamente baixa. A cereja do bolo? O app detecta automaticamente se o celular está em um tripé e ajusta a captura para aproveitar ao máximo a estabilidade.

Adobe lança Project Indigo para iPhone
Olha só esse exemplo: à esquerda, uma foto de São Francisco feita com a câmera nativa do iPhone 16 Pro Max usando a lente 5x, mas ampliada digitalmente para 10x com o zoom de pinça. Já à direita, uma foto parecida capturada pelo Indigo, que aplica super-resolução multiquadros para recuperar muitos detalhes. O resultado? Menos ruído e muito mais definição — e o melhor: sem aquelas “alucinações” que a inteligência artificial costuma inventar. Dá para perceber claramente nas janelas dos prédios, que aparecem mais nítidas e reais.

Super-resolução real (sem IA alucinada)

Sabe quando você dá zoom no celular e a imagem começa a perder qualidade? O Indigo resolve isso com super-resolução multiquadro. Em vez de ampliar digitalmente, ele capta várias imagens com ângulos levemente diferentes (aproveitando o tremor natural das mãos) e as une para gerar uma imagem com mais detalhes reais — não inventados por IA.

O resultado são fotos ampliadas com nitidez surpreendente. A diferença é visível — especialmente quando comparada ao zoom digital padrão dos smartphones.

Adobe lança Project Indigo para iPhone
Aqui, à esquerda, temos uma foto feita com uma única captura usando um iPhone em uma iluminação tão baixa quanto 1/10 lux — imagina, está tão escuro que você não conseguiria encontrar suas chaves no chão! Já à direita, veja o que o Indigo faz: ele captura e combina 32 imagens em sequência (os chamados quadros), reduzindo drasticamente o ruído e trazendo muito mais clareza à cena.

Jornada Fotográfica Gratuita é uma oportunidade para ampliar esse olhar com o que você já tem: celular ou câmera. A fotografia começa com o olhar — e com o que você escolhe sentir.

Controles manuais de verdade

Esse é um ponto que nos empolga de verdade. O Indigo oferece controles profissionais completos, como tempo de exposição, ISO, foco, balanço de branco com ajuste fino de matiz, e até controle sobre o número de quadros que serão combinados.

Isso permite, por exemplo, capturar uma gota d’água com precisão, brincar com longas exposições mesmo em pleno dia (sem filtro ND!) e até pintar com luz. Sim, o Indigo permite brincar com luz UV e transformar uma simples flor em uma obra fluorescente.

E tem mais: a Adobe está trabalhando para que a imagem final seja renderizada ao vivo no visor, com visualização em tempo real do efeito final da edição. Ou seja: o que você vê é realmente o que você vai obter (WYSIWYG). Um sonho!

Adobe lança Project Indigo para iPhone
Pra mostrar, de um jeito divertido, até onde dá pra ir com os controles manuais do Indigo, a equipe montou um sistema de gotejamento contínuo — bem simples, mas preciso. Com um iPhone 16 Pro Max fixado num tripé e o app Indigo em modo totalmente manual, eles configuraram o obturador para 1 segundo e selecionaram apenas 1 quadro para a captura. No momento exato do clique, um flash externo foi disparado durante esse único segundo de exposição.
O resultado? Imagens que congelam o instante do impacto da gota com uma precisão quase cirúrgica — e ainda assim com aquele toque experimental que a gente adora. As fotos foram levemente editadas, mas a mágica principal aconteceu ali mesmo, no momento da captura.

Testes de tecnologia direto no app

Além de ser uma câmera, o Indigo é também um laboratório. Um dos recursos mais interessantes é o Removedor de Reflexos, já presente no Lightroom, agora testável direto no app. Fotografou algo através de vidro e saiu aquele reflexo indesejado? Um toque e ele desaparece.

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Essa imagem mostra um mapa antigo de São Francisco, fotografado por trás de uma capa plástica protetora — e sim, dá até pra ver o reflexo de quem clicou. Mas, na foto ao lado, o reflexo simplesmente… sumiu. Com um único toque no Indigo, o reflexo é removido de forma quase mágica. Vale testar essa função em fotos feitas de dentro do carro, do trem ou até do avião. É aquele tipo de recurso que resolve um problemão com zero esforço.

O futuro: astrofotografia, retratos, vídeo e mais

O Project Indigo é apenas o começo. A Adobe promete muito mais: suporte a Android, novos visuais personalizados, modo retrato mais avançado, vídeo computacional e até bracketing de foco e de exposição — o que pode ser incrível para astrofotografia e profundidade de campo total.

Esses modos, que em câmeras grandes exigem paciência e software externo, serão feitos automaticamente, no próprio app, com um clique. JPEGs e RAWs serão processados com a mesma atenção. E tudo será compatível com o Lightroom, criando novas possibilidades de edição baseada em pilhas de imagens.

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O que achamos disso tudo?

O Indigo é um sopro de ar fresco. É uma câmera que respeita a fotografia — tanto o fazer quanto o ver. É para quem gosta de luz de verdade, para quem quer se sentir no controle, para quem sabe que a edição começa no clique. E, acima de tudo, é para quem entende que fotografia é mais do que pixels: é intenção, é escolha, é tempo.

Se você ficou curioso, o Indigo já está disponível gratuitamente na App Store para iPhones a partir da série 12 Pro e 14 normal. Vale testar, explorar, brincar — e, claro, editar no Lightroom depois.

Nós, aqui d’O Casal da Foto, já estamos de olho nesse novo jeito de fotografar. E você?

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