A Nova Geração da Fotografia Contemporânea está no MoMA.
A icônica série New Photography do MoMA completa 40 anos em 2025 e reafirma seu papel como uma das vitrines mais relevantes para a fotografia contemporânea mundial. De 14 de setembro de 2025 a 17 de janeiro de 2026, a nova edição da mostra reúne 13 artistas e coletivos de Catmandu, Joanesburgo, Nova Orleans e Cidade do México — quatro cidades pulsantes que revelam muito sobre os desafios e os vínculos de um mundo em constante transformação.
Com curadoria que atravessa diferentes fases de carreira e abordagens autorais, a exposição tece relações entre narrativas íntimas e grandes questões coletivas: a herança colonial, o impacto ambiental, os arquivos da memória e os limites da identidade. Cada conjunto fotográfico desafia os visitantes a repensarem o pertencimento em uma era marcada pela mobilidade, ruína e reinvenção.
Mais do que uma exposição de imagens, New Photography 2025 é um convite à escuta visual. Um lugar onde rios, árvores genealógicas, museus e documentos se transformam em metáforas do que somos — e do que deixamos para trás.
📸 Continue acompanhando o blog do O Casal da Foto para descobrir como essa e outras exposições estão moldando a linguagem visual do nosso tempo.
Notícias de Última Hora:
- Principais Obras e Temas
- Reflexão curatorial sobre solidariedade e parentesco
- Artistas e Coletivos em Destaque na New Photography 2025
- Programação e Suporte da Exposição New Photography 2025 no MoMA
- Uma Conversa Global através da Fotografia

Principais Obras e Temas
Uma Instalação que Reescreve a História pelas Mãos das Mulheres
Entre os destaques da New Photography 2025, uma obra se impõe não apenas pelo impacto visual, mas pelo gesto de reparação histórica:
“A Vida Pública das Mulheres: Um Projeto de Memória Feminista”, da Nepal Picture Library.
A instalação, concebida especialmente para o espaço da mostra, é construída a partir de um arquivo digital raro e cuidadosamente curado, que documenta as experiências vividas por mulheres no Nepal.
Ao reunir imagens, histórias e registros pessoais, a obra ilumina a presença feminina nos espaços públicos — um olhar potente sobre resistência, protagonismo e invisibilização. Trata-se de uma proposta que transforma a fotografia em ferramenta de memória coletiva, dando rosto e voz a trajetórias muitas vezes silenciadas pela história oficial.
Essa instalação não apenas expande o conceito de fotografia documental, mas também convida o público a refletir sobre as narrativas que escolhemos contar — e as que ainda precisamos revelar.

Esta imagem faz parte da obra “A Vida Pública das Mulheres: Um Projeto de Memória Feminista”, apresentada na exposição New Photography 2025.
A fotografia registra uma reunião em massa de ex-kamlaris — mulheres que trabalhavam em regime de servidão — em Kanchanpur, Nepal, no ano de 2010.
Trata-se de um registro digital recente, de 2023, gentilmente cedido pela Coleção GEFONT e pela Biblioteca de Imagens do Nepal, que reforça a memória coletiva e a luta dessas mulheres por reconhecimento e dignidade.

Parte da série Mudança de rumo (2012–2018), esta obra fotográfica captura momentos íntimos e cotidianos, revelando nuances das transformações sociais e pessoais na vida dos retratados.
A imagem é de 2013 e integra a exposição New Photography 2025.

Esta obra é composta por trinta impressões a jato de tinta sobre linho, adornadas com linha de bordar, linha metálica e contas de vidro, montadas sobre camas de madeira com imitação de folha de ouro. Cada peça mede 31,5 × 21,5 × 16,5 cm, criando uma instalação rica em texturas e significados.
A obra explora temas de memória, cultura e tradição, provocando reflexões sobre a fragilidade e resistência presentes nas narrativas pessoais e coletivas.
Gabrielle Garcia Steib
Baseada em Nova Orleans, Gabrielle Garcia Steib trabalha com uma abordagem íntima e pessoal, transformando arquivos familiares em imagens em movimento. Seu trabalho explora as conexões culturais e históricas entre a América Latina e o sul dos Estados Unidos, revelando narrativas que entrelaçam identidade, memória e pertencimento.

Fotograma de O Passado é um País Estrangeiro (2020). Vídeo em Super 8 e filmagens de arquivo com duração de 3 minutos e 19 segundos. Esta obra reflete a poética da memória e das conexões históricas entre a América Latina e o sul dos Estados Unidos, combinando imagens familiares com uma narrativa audiovisual sensível e pessoal.
Outras obras da exposição exploram temas de parentesco e famílias escolhidas, refletindo a resiliência e a inclusão nos laços sociais. Berenice 29–39 (2022), de Gabrielle Goliath, é uma série fotográfica impactante que aborda a interseção entre trauma pessoal e história social.

A exposição encerra com um vibrante conjunto de imagens de Sandra Blow, que celebra a cultura jovem LGBTQ+ e a dinâmica comunidade artística da Cidade do México.

Reflexão curatorial sobre solidariedade e parentesco
Roxana Marcoci, curadora-chefe interina do MoMA, destaca que a 40ª edição do programa New Photography oferece uma oportunidade valiosa para refletir sobre solidariedade e parentesco em tempos politicamente turbulentos. Segundo ela, a exposição reúne artistas que fortalecem comunidades, traçando conexões que ultrapassam fronteiras e revelam uma política de cuidado e resiliência no dia a dia.Perguntar ao ChatGPT



Vista da instalação Staging Memories, projeto vencedor do Grand Prix Images Vevey 2021/2022, produzido pela Images Vevey (Suíça) e estreado na Bienal Images Vevey 2022.
Artistas e Coletivos em Destaque na New Photography 2025
A exposição New Photography 2025 reúne uma diversidade de talentos internacionais provenientes de grandes centros culturais como Joanesburgo, Catmandu, Nova Orleans e Cidade do México. Entre os destaques estão Sandra Blow, Gabrielle Goliath, L Kasimu Harris e Lebohang Kganye, representando Joanesburgo; Tania Franco Klein e o coletivo Lake Verea (Francisca Rivero-Lake e Carla Verea), da Cidade do México; Sheelasha Rajbhandari e Prasiit Sthapit, de Catmandu; e Gabrielle Garcia Steib, Renee Royale e Sabelo Mlangeni, vindos de Nova Orleans.
Além desses nomes, a Nepal Picture Library chama atenção pelo seu trabalho crucial na documentação da vida das mulheres nepalesas, contribuindo com uma perspectiva única e feminista.
Esses artistas exploram diferentes técnicas e estilos, desde a fotografia documental e de arquivo até a arte experimental e conceitual. Suas obras oferecem reflexões profundas sobre memória, identidade e comunidades, ampliando o diálogo sobre questões sociais e culturais contemporâneas.


Impressão a jato de tinta, 74,9 × 100,3 cm (29 1/2 × 39 1/2″).
Programação e Suporte da Exposição New Photography 2025 no MoMA
Paralelamente à exposição New Photography 2025, o MoMA promoverá um Fórum sobre Fotografia Contemporânea no dia 8 de setembro de 2025, das 16h15 às 18h15, no Teatro Celeste Bartos. O evento contará com a participação dos artistas, oferecendo ao público uma oportunidade única de aprofundar o entendimento sobre suas obras e os temas abordados na mostra.
A exposição conta com o apoio do Fundo de Doação William Randolph Hearst para Fotografia e do Fundo Marion Silverstein Slain. O financiamento principal é fornecido pelo Conselho de Artes Contemporâneas do MoMA e por Agnes Gund, via Conselho Internacional do MoMA. Além disso, a experiência digital Bloomberg Connects é patrocinada pela Bloomberg Philanthropies, ampliando o acesso e engajamento do público.

Impressão em gelatina prata, 14 5/8 × 10 9/16 ″ (37,1 × 26,8 cm).

Impressão cromogênica, 118 1/8 × 72″ (300 × 182,9 cm).
Uma Conversa Global através da Fotografia
A exposição Nova Fotografia 2025: Linhas de Pertencimento convida o público a refletir sobre a complexa e transnacional experiência do pertencimento, identidade e comunidade. Com obras de diversos artistas internacionais, a mostra utiliza a fotografia como ferramenta para conectar histórias coletivas, desafiar percepções e inspirar diálogos significativos. Essa exposição destaca o poder da arte para transcender fronteiras culturais e fomentar uma compreensão mais profunda do mundo compartilhado por todos nós.