Uma banda de rock psicodélico dos anos 70, com visual vintage, capas de álbuns estilosas e uma base fiel de fãs… só que nada disso é real.
The Velvet Sundown tem quase meio milhão de ouvintes mensais no Spotify — e nenhuma existência física. Nem shows, nem entrevistas, nem sessões fotográficas reais. Tudo, das músicas às imagens dos integrantes, é gerado por inteligência artificial.
Notícias de Última Hora:
- Fotos de um passado que nunca aconteceu
- IA musical e visual: o novo mainstream?
- O que fotógrafos podem aprender com isso?

Fotos de um passado que nunca aconteceu
Com imagens artificiais que imitam o estilo analógico das décadas passadas, a suposta banda foi apresentada ao público como um quarteto carismático: Gabe Farrow nos vocais, Lennie West na guitarra, Milo Rains no baixo e o percussionista “livre” Orion ‘Rio’ Del Mar. Os visuais são sedutores, com estética calorosa, tons nostálgicos e enquadramentos cinematográficos. Só há um detalhe incômodo: nada disso foi capturado por uma câmera real.
As imagens apresentam aquele “quê” estranho característico da IA. Usuários do TikTok e Reddit rapidamente notaram as falhas: expressões plásticas, mãos borradas, poses estranhamente repetitivas. Ainda assim, a ilusão foi forte o suficiente para que milhares de pessoas acreditassem — e ouvissem.
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IA musical e visual: o novo mainstream?
A página oficial da banda no Instagram escancara a farsa com ironia: simulações de gravações em estúdio, uma paródia da capa de Abbey Road com os quatro integrantes exatamente da mesma altura, e até frases supostamente ditas pela Billboard — que nunca aconteceram.
Segundo o pesquisador Chris Dalla Riva, até as vozes carregam um “brilho metálico” típico de vocais gerados por IA, o que reforça a sensação de artificialidade.
O sucesso do The Velvet Sundown reacende um debate urgente: qual o limite da IA na criação artística? Se hoje imagens de bandas fictícias ocupam espaço em redes e playlists, o que isso significa para fotógrafos, músicos e criadores reais?

O que fotógrafos podem aprender com isso?
Essa história é um alerta. Não apenas sobre a substituição de profissionais por algoritmos, mas sobre como imagens ainda têm poder — mesmo quando falsas. A estética visual de The Velvet Sundown foi cuidadosamente construída para parecer legítima: iluminação, roupas, ambientação e até supostos bastidores de gravação. A IA foi treinada para simular a linguagem visual da fotografia documental e publicitária, com alto grau de sedução.
Fotógrafos e artistas visuais podem (e devem) estudar esses casos não para imitá-los, mas para entender como a imagem construída impacta a percepção de realidade. Em um mundo onde até uma banda falsa pode se tornar viral, quem domina a linguagem visual — verdadeira ou artificial — segue influente.