Câmera Sigma DP1 Merrill – Um protótipo em linha de produção.

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Testando câmera da Sigma (sim, exatamente, a Sigma também produz câmeras, não apenas lentes), modelo DP1 Merrill, cujo sensor é o famoso e polêmico APS-C Foveon X3, que promete (segundo a Sigma) uma qualidade de imagem excepcional e nitidez acima da média.

câmera sigma dp1 Merril
SIGMA DP1 MERRILL • f/5.6 • 30″ • ISO 100 • DF 19mm (28mm FF) • Tripé

Antes de mais nada, o sensor Foveon dispensa os filtros de cor ao empilhar três camadas de fotorreceptores, um pra cada componente de cor do padrão RGB, como nas películas de filme. Ou seja, ao invés de cada pixel possuir três leds de cor (azul, verde e vermelho), o Foveon possui três sensores, um específico pra cada canal de cor, porém empilhados. E por isso a Sigma insiste em dizer que a câmera DP1 possui 45 mega pixels. De fato, cada sensor possui 15 mp, somando 45 no total, mas se eles estão empilhados, absorvendo e unindo o feixe de luz de cada ponto, a câmera possui apenas 15 mp efetivos. Pude comprovar isso no tamanho final da foto.

Foto Criada com camera sigma
Câmera Sigma DP1 Merrill

Independente dos megapixels, o que a Sigma se orgulha é da qualidade do negócio, principalmente no quesito nitidez. Quando fiquei sabendo dessa tecnologia, em 2011, achei que era o fim das Nikons e Canons, pois foi um tremendo estardalhaço no mundo fotográfico. E hoje, 6 anos depois, pude brincar com minha própria câmera de sensor Faveon. E o que descobri? Bom, de fato a qualidade dela é excepcional em ISO 100. Em ISO 100! Apesar de ser uma APS-C, usar ISO 800 nessa câmera é impraticável. Ruído como se estivéssemos em ISO 12.800 numa câmera comum. Hoje em dia qualquer câmera de entrada chega a ISO 800 sem chiar, mesmo sendo sensor APS-C.

Mas em ISO 100 a bichinha manda bem! Ela não possui filtro low-pass (filtro que reduz efeito moiré), fazendo com que a nitidez seja bem visível. Sua lente fixa 19mm f/2.8 (que seria uma 28mm numa full frame) não é um arraso em abertura, mas possui qualidade digna das Sigmas que já conhecemos.

Mas o fato é que eu esperava mais da câmera em si. Seu processador não está à altura dos 3 sensores empilhados, e por isso a câmera é demasiadamente lerda. Após um clique, é necessário esperar 5 segundos para se fazer uma nova foto, algo impensável quando estamos precisando de fotografar com agilidade. Para rever a fotografia então, um parto! Demora-se uma vida pra se conseguir analizar as fotografias feitas.

Sr. Imanishi, por Charles Tôrres • f/5.6 • 1/30″ • ISO 100 • DF 19mm • Tripé

Seu corpo, feito inteiramente de alumínio, não possui borrachas pra facilitar a dispersão do calor gerado pelo pesado hardware.

Mas não é uma câmera ruim. Não possui a agilidade de uma câmera moderna e por isso não é uma câmera pau pra toda obra. Mas pra quem está procurando qualidade de imagem em ISO 100, a DP1 um brinquedo espetacular! É uma câmera de nicho, ideal para fotógrafos de estúdio que têm muito tempo (e paciência) pra fazer fotos com tranquilidade.

Esse modelo que tenho em mãos é o DP1, que vem com lente 19mm, mas a Sigma tem também a DP2, que vem com lente 30mm e a DP3, com lente 45mm (28mm, 45mm e 72mm em FF, respectivamente), todas f/2.8, além de modelos mais modernos – e, com certeza, mas rápidos.

2 comentários em “Câmera Sigma DP1 Merrill – Um protótipo em linha de produção.”

  1. Obrigado pela indicação.
    Acompanhei por um tempo o frisson inicial da Sigma com seu sensor Foveon.
    Não sei porque a Empresa não aperfeiçoou o processador de forma a aumentar a rapidez da câmera. A nitidez e a qualidade da imagem compensam, afinal de contas, isso é o que se busca. Mas num mundo de agilidade como o de hoje, a gente passar raiva na hora de atingir esta qualidade é muito ruim. Faz a gente desistir do equipamento. Uma câmera limitada assim só serve mesmo para fotografia de paisagem em dias ensolarados, neve, retratos ou longa exposições noturnas.

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